Frequentemente tensas, as relações entre Israel e UE melhoraram desde a desocupação da Faixa de Gaza, em setembro.
Mas um esboço de relatório feito por diplomatas em Jerusalém Oriental e Ramallah a chanceleres dos 25 países do grupo recomenda uma postura mais agressiva contra as ações israelenses na parte árabe de Jerusalém.
Uma porta-voz de Javier Solana, chefe da política externa da UE, disse que o documento não é definitivo.
O texto acusa Israel de incentivar a ampliação de assentamentos judaicos em Jerusalém Oriental e arredores, e também de usar o traçado da sua barreira para isolar a maioria dos 230 mil palestinos de Jerusalém Oriental da Cisjordânia.
"As políticas israelenses estão reduzindo a possibilidade de um acordo sobre o status final de Jerusalém que possa ser aceito por qualquer palestino", afirmou o relatório.
O destino de Jerusalém, cidade sagrada para judeus, cristãos e muçulmanos, é um dos problemas mais complicados nas eventuais negociações de paz. Capturada durante a Guerra dos Seis Dias, de 1967, essa parte da cidade foi anexada por Israel como parte da sua "capital indivisível", mas isso nunca foi reconhecido pela comunidade internacional. Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como capital de seu eventual Estado, que também incluiria a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.
"Certamente seria uma pena se este impulso positivo (nas relações entre Israel e UE) acabar e tivermos uma regressão à tendenciosa posição (européia) do passado", disse Mark Regev, porta-voz da chancelaria israelense.
Já Saeb Erekat, negociador de paz dos palestinos, elogiou o relatório. "O mundo está assistindo às políticas de Israel e à sua criação de fatos no terreno. O governo israelense deveria parar com essas políticas...a fim de retomar o processo de paz."
Os autores do relatório recomendam à UE que peça a Israel para "parar o tratamento discriminatório dos palestinos em Jerusalém Oriental, especialmente no que diz respeito a autorizações de trabalho, autorizações de construção, demolição de casas, impostos e gastos".
"As medidas israelenses também criam o risco de radicalização da até agora relativamente pacata população palestina de Jerusalém Oriental", disse o texto.
Um funcionário da UE declarou que o documento foi redigido pelos chefes das missões diplomáticas de países da UE em Jerusalém Oriental, sob a liderança da Grã-Bretanha, que ocupa a Presidência do bloco neste semestre.
A UE frequentemente critica os assentamentos israelenses e a barreira que o país está construindo dentro da Cisjordânia, sob o argumento de impedir a infiltração de militantes suicidas. Os palestinos dizem que a barreira representa uma anexação da sua terra. A Corte Mundial condena a barreira e os assentamentos,
(Com reportagem de Wafa Amr e Mohammed Assadi em Ramallah)