DO Nahum Sirotsky em Israel A tendencia a ignorar obvio é sempre muito forte.Entao se passa ao lado dele,gasta-se muita energia mental e física antes de concluir que se está meio perdido e se voltar ao começo para recomeçar. A mídia israelense,como os colegas da internacional, nao entenderam o slogan que Sharon anunciou como sintetizando o que tentará obter caso eleja o maior número de parlamentares nas próximas eleiçoes gerais.A data foi confirmada para 28 de março.E até lá Sharon permanecerá como chefe de governo interino.Ele quis a dissoluçao do Parlamento ,antecipar as eleiçoes de novembro de 2006, que seria o final de seu atual mandato, para março., e poder designar ministros sem submeter suas indicaçoes a um Parlamento que se auto-dissolveu.. Obteve mais pois ao receber a adesao de mais der 14 parlamentares o seu partido será reconhecido como facçao do Likud que deixou e, pela lei, receberá boa parte das verbas que o Estado destina a cada grupamento como financiamento de campanha. Claro que é pouco pois a lei é anterior a existencia de emissoras privadas de televisa,radio,internet.De antes do emprego dos engenheiros políticos,os caríssimos marqueteiros. Os gastos sao inevitavelmente muito maiores. As campanhas muito mais caras.Mas já tem para começar.
Sharon promete segurança e paz e ter o roadmap como roteiro de suas negociaçoes com os palestinos.Abandona na pratica a base de terra por paz que vem do acordo de paz com o Egito , depois da guerra de 1973, que Israel chegou perto de perder..Sharon, entao com um posto equivalente a general de divisao, comandou a operaçao travessia do canal de Suez pela qual Israel saiu de quase derrotado para cercar as forças egípcias
que haviam vindo de sua margem . O impasse se resolveu com um armistício e paz pela
qual Israel,por sugestao de Sharon ao chefe do governo de entao, se retirou do deserto
do Sinai e devolveu ao Cairo o pleno domínio do Canal, conquistas da guerra de 1967. com o mundo árabe, a terceira desde sua criaçao como estado independente em 1948.>foi numa assembléia gral especial das Naçoes Unidas , presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha cuja voz, anunciando a aprovaçao da proposta de dividir a entao Palestina entre um estado judeu e outro árabe .Ele diz 33 , foi aprovada, e nasceu o estado judeu de cerca de 500 mil habitantes que quase que coincidentemente teve de enfrentar ataque de forças de mais de meia dezena de paises árabes que absorveu e acabou derrotando. Previa-se que seria derrotada com o judeus tendo de fugir .O nascimento de um pais árabe palestino nunca ocorreu .E é onde queria chegar para lembrar o obvio que anda esquecido.
Israel renasceu em 1948 depois de ter sido destruída pelas legioes romanas cerca de dois mil anos antes.. Surgiu dentro de um espaço, com fronteiras que jamais foram reconhecidas pelos paises árabes e maioria dos muçulmanos.. Firmou paz com o Egito e Jordânia em documentos que falam de entendimentos entre estados sem discriminar detalhes de fronteiras. Paz trocada por territórios.Israel existe dentro de fronteiras interinos. Sharon se propoe a concordar com declaraçao de um estado palestino com fronteiras interinas, ficando as definitivas para serem negociada entre dois estados independentes:o judeu que terá como seu vizinho o primeiro estado palestino da historia. . Ao deixar o Likud direitista e criar um novo partido do centro político, Sharon deixou claro que o objetivo que perseguirá,se receber novo mandato de chefe de governo, será o maior feito de sua historia de vida militar e publica iniciada aos 14 anos de idade:.Ele quer a soluçao do conflito com os palestinos o que implica em dizer que pretende obter o reconhecimento e aceitaçao de Israel pelos paises árabes e muçulmanos dentro das fronteiras que serao decididas em negociaçoes com o estado palestino que surgirá no ínterim .Um estado da lei,um país novo dentro do qual os atuais grupos extremistas,como Hamas e o Jihad islâmico, aceitarao a Lei que for aprovada por um Parlamento e vigiada por um Judiciário .
O mundo, e em especial o Oriente Médio,cansaram da nao soluçao do conflito e da guerra.Em cada um dos estados árabes existem uma enormidade de problemas a serem resolvidos como o subdesenvolvimento, a pobreza , a corrupçao. A implantaçao de governos mais empenhados na soluçao destas e outras questoes. , responsabilidade da qual escapam justificando-se como conseqüencia da questao palestina, nao poderá continuar sendo adiado. Existe em cada um o potencial de explosao popular como estao demonstrando as eleiçoes parlamentares egípcias.nas quais as oposiçoes realizam grandes avanços.
Obvio é que os objetivos de Sharon tem a sua contra-partida do lado palestino. E que ele, como a liderança palestina, enfrentam feroz resistencia ao fato de que a paz, se for possível promove-la, só poderá ser viabilizada com dolorosas concessoes de lado a lado pois a ideal, desejada pelos grupos extremados, é inalcançável, implicando, como é o caso, de nada ceder, de um acordo sem um preço para cada lado. Até a sabedorias popular destaca que tudo tem um preço, o que ,infelizmente,nem sempre é lembrado.Num exemplo mais banal cite-se a chamada escola publica que se imagina gratuita e, na pratica, é paga pois ninguém escapa dos impostos,diretos e indiretos, com os quais estado e governos sustentam suas atividades e açoes. . . ..
O paradoxal no quadro é que, em verdade, o nascimento do estado palestino num futuro próximo depende de Sharon conquistar maioria parlamentar nas eleiçoes israelenses de março.E que a historia de Israel prova ser viável . um estado com fronteiras interinas . A Palestina pode.Nascer e., como um estado reconhecido pela Comunidade internacional, ir negociando o possível.