... A Suíça criara um carimbo que era colocado nos passaportes dos judeus barrados e impedidos de entrar em seu território. Tratava-se de um "J" — o suficiente para os alemães, do outro lado da fronteira, prenderem e enviarem os detentores de tais carimbos para um campo de trabalho ou de extermínio. Muitos judeus eram metralhados e liquidados por ali mesmo pelos nazistas.
Segundo alguns historiadores, o carimbo suíço do "J" foi o precursor e o inspirador da estrela-de-davi amarela e dos outros símbolos costurados nas roupas dos judeus, ciganos, homossexuais e comunistas e impostos como marcas distintivas.
Durante 50 anos, a Suíça ocultou o fato de ter tido dois heróis da resistência contra o nazismo — Paul Grüninger e Maurice Bavaud. Capitão de polícia de St. Gallen, região fronteiriça com a Alemanha, Paul Grüninger era o que se chama atualmente de "um justo", pois ajudava os refugiados judeus, fornecendo-lhes documentos para permanecerem na Suíça. Descoberto, foi demitido, marginalizado e sua família reduzida à miséria. Maurice Bavaud chegou a ir a Berlim com o objetivo pessoal de matar Hitler, mas foi descoberto, preso, torturado e executado pelo governo nazista, sem intervenção suíça.
E o que aconteceu com o dinheiro depositado pelos judeus nos bancos suíços? ...
Um pequeno trecho do livro Porque a Suíça Entregou Maluf, de Rui Martins, Geração Editorial, com lançamento previsto dentro de alguns dias.