JERUSALÉM -O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, decidiu neste domingo não libertar "por ora" os 400 prisioneiros palestinos que deviam deixar a prisão depois dos acordos de 8 de fevereiro da cúpula de Sharm el-Sheikh (Egito), anunciou um porta-voz israelense.
"O primeiro-ministro decidiu não libertar, por ora, os presos, pois Abu Mazen (dirigente palestino Mahmud Abbas) não tomou qualquer medida para controlar o terrorismo, que continua", afirmou o porta-voz.
"Quando os palestinos respeitarem os compromissos de Sharm el-Sheikh, faremos o mesmo", acrescentou depois do conselho semanal de ministros.
Está marcada para a noite deste domingo uma reunião ministerial israelense-palestina para estudar a questão dos presos, anunciou a rádio pública israelense.
O ministro israelense da Justiça, Tzippi Livni, e o ministro palestino encarregado da questão dos prisioneiros, Sufian Abu Zaydeha, participarão desta reunião.
A decisão israelense de congelar a libertação dos presos palestinos pode afetar a frágil trégua que se estabeleceu entre as duas partes, considerou Abu Zaydeha.
"Está claro que os israelenses mudaram sua posição. Esta decisão terá um impacto negativo sobre a calma", declarou o ministro à AFP, referindo-se à trégua acatada pelos grupos armados palestinos.
Israel libertou um primeiro contingente de 500 presos em 21 de fevereiro, conforme o acordo de Sharm El-Sheikh, que prevê a libertação de outros quatrocentos presos.
No entanto, esta libertação foi suspensa logo após um atentado suicida palestino em Tel Aviv que matou cinco israelenses em 25 de fevereiro passado.
"Abbas fortalece as organizações terroristas em vez de desmantelá-las. Ele toma medidas para manter a calma, mas não faz nada para desmantelar as infra-estruturas terroristas", acusou Sharon na segunda-feira passada, ao se encontrar com os senadores americanos Bill Frist (republicano) e Joseph Lieberman (democrata).