A BBC baniu Ahmed Alagha, colaborador de Gaza, de seu canal em árabe após ele descrever os judeus como "demônios" e os israelenses como "menos que humanos" nas redes sociais.
A British Broadcasting Corporation (BBC) baniu o colaborador Ahmed Alagha, de Gaza, de seu canal em árabe após a revelação de que ele descreveu os judeus como "demônios" e os israelenses como "menos que humanos", informou o The Telegraph .
Alagha, um colaborador regular das reportagens da BBC Árabe em Gaza desde janeiro do ano passado, fez comentários incendiários nas redes sociais, de acordo com a reportagem.
Após os ataques de 7 de outubro de 2023 e o subsequente bombardeio israelense aos prédios de apartamentos em Gaza, Alagha publicou no X: "Isto não é um filme de Hollywood; é o que foi feito com estas torres na Cidade de Gaza pelas mãos da ocupação israelense, e está acontecendo conosco em Gaza. Ela [a ocupação israelense] é a personificação da imundície, o pântano incomparável da perversidade. Quanto aos judeus, eles são os demônios dos hipócritas."
No dia seguinte, ele acrescentou: "E como sabemos, os 'israelenses' não são seres humanos, para começo de conversa, nem mesmo animais. Talvez pertençam a uma raça cuja descrição não consegue captar a extensão de sua luxúria e sadismo."
Apesar da exposição inicial do The Telegraph em abril, Alagha apareceu mais duas vezes na BBC Arabic , inclusive horas depois que a história foi divulgada e novamente em 12 de maio. Suas aparições contínuas levaram a BBC a emitir uma diretiva ao seu canal em árabe para que parasse de usá-lo.
Danny Cohen, ex-diretor da BBC Television , expressou indignação, comentando: "É ao mesmo tempo horrível e espantoso que um repórter que falou sobre antissemitismo tenha sido autorizado a voltar ao ar depois que seu racismo vil foi exposto... O fato de que ele foi autorizado a retornar depois que seu racismo se tornou de conhecimento público é mais uma evidência dos problemas sistêmicos profundamente arraigados de preconceito, extremismo e antissemitismo na BBC Arabic ." Cohen sugeriu ainda: "Se o serviço da BBC Arabic não pode ser reformado, ele deve ser fechado."
Um porta-voz da BBC confirmou: "Ahmed Alagha não é membro da equipe da BBC nem faz parte da equipe de reportagem da BBC . Suas postagens nas redes sociais não refletem a visão da BBC , e temos absoluta clareza de que não há espaço para antissemitismo em nossos serviços. Não o utilizaremos como colaborador dessa forma novamente."
Alagha já removeu sua conta X nas redes sociais.
O incidente é o mais recente de uma série de controvérsias em torno da BBC e seu preconceito anti-Israel, que se intensificou ainda mais desde 7 de outubro de 2023.
Em novembro de 2023, a corporação publicou um pedido de desculpas após alegar falsamente que tropas da IDF estavam atacando equipes médicas em batalhas dentro e ao redor do Hospital Shifa, em Gaza.
Antes disso, a BBC acusou falsamente Israel de ser responsável por uma explosão em um hospital em Gaza , que as Forças de Defesa de Israel provaram ter sido causada por um foguete da Jihad Islâmica. A emissora posteriormente reconheceu que "era falso especular" sobre a explosão.
No início deste ano, a BBC enfrentou crescente escrutínio por usar o filho de um alto funcionário do Hamas como narrador em seu documentário “Gaza: Como sobreviver a uma zona de guerra”.
Após as críticas, a emissora britânica reconheceu que havia "falhas graves" no programa. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse posteriormente estar "preocupado" com o documentário.
Em outro incidente, há vários meses, o apresentador da BBC News Nicky Shiller se referiu a três reféns que foram libertados pelo Hamas como "prisioneiros", termo semelhante ao usado para os terroristas presos em Israel.
Seus comentários causaram alvoroço, levando a emissora a pedir desculpas.
Em março, a corporação britânica emitiu um pedido de desculpas após usar imagens da cidade israelense de Tiberíades — localizada dentro das fronteiras internacionalmente reconhecidas de Israel — enquanto discutia "assentamentos" nas Colinas de Golã.
