No Oriente Médio, Israel já prepara a população para um possível conflito em larga escala. O medo é que a guerra civil da Síria atravesse a fronteira.
Agora que França e Inglaterra têm sinal verde da União Européia para mandar armas para os rebeldes na Síria – e sinalizaram que talvez mandem – o governo da Rússia anuncia que vai enviar um carregamento mísseis antiaéreos para dificultar um ataque que poderia vir tanto da Europa, quanto dos Estados Unidos ou de Israel.
“A União Europeia está botando mais combustível no fogo deste conflito e prejudicando a possibilidade de uma negociação política na Síria”, disse o vice-ministro do Exterior da Rússia, Sergei Rybakov.
Os mísseis S-300 que a Rússia pretende mandar para ajudar o governo de Bashar al-Assad a enfrentar forças estrangeiras têm tecnologia avançada, alcance de 200 quilômetros e a capacidade de perseguir e destruir seus alvos. De Damasco, por exemplo, chegariam facilmente aos céus de Israel.
Os mísseis S-300 foram assunto de uma conversa recente entre o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o presidente russo Vladimir Putin. Netanyahu foi a Moscou tratar de vários assuntos com Putin e teria pedido a ele que a Rússia não mandasse mísseis para a Síria porque isso poderia ameaçar a segurança de Israel. Como a conversa não deu em nada, Israel dá a entender agora que, se esses mísseis entraram na Síria, vai atacar.
O ministro da Defesa israelense, Moseh Yaalon, disse que por enquanto não há nenhum sinal de que os mísseis tenham sido enviados. “Os carregamentos ainda não estão a caminho, e isso eu posso garantir. Espero que eles não sejam enviados, mas, Deus proíba, se eles chegaram à Síria, nós saberemos o que fazer”, disse o ministro.
Desde segunda-feira as forças israelenses fazem treinamentos para preparar o país para um possível ataque de armas químicas. Ainda que oficialmente não seja por causa da Síria, autoridades israelenses lembraram que a Síria tem armas químicas e admitiram que querem estar prontos para essa possibilidade.
