Os líderes da organização palestina Hamas, exilados em Damasco, decidiram abandonar a Síria rumo ao Catar, que aceitou acolhê-los, publicou neste sábado o diário árabe internacional "Al-Hayat". Fontes palestinas em Gaza citadas pelo periódico revelaram que o regime de Doha aceitou acolher apenas a chefia política do Hamas, rejeitando os dirigentes do braço militar, pelo que não descartaram que estes últimos voltem a viver na Faixa de Gaza.
A Síria foi durante anos o país de exílio do líder máximo do Hamas, Khaled Meshaal, mas agora o regime de Bashar al-Assad, que apoia o grupo palestino e o libanês Hisbolá, está ameaçado por revoltas populares. As fontes explicaram ao diário que a aprovação do Catar ocorreu em resposta a um pedido da facção palestina, depois de as autoridades jordanianas e egípcias terem rejeitado acolhê-los.
O Egito permitiu apenas a abertura de um escritório de representação do Hamas no Cairo. Outras fontes palestinas disseram ao "Al-Hayat" que em breve Meshaal abandonará Damasco para viver em Doha, enquanto seu número dois, Moussa Abu Marzuq, seguirá para o Cairo.
Em 27 de março, os grupos palestinos rivais Fatah e Hamas anunciaram no Cairo o fim de sua divisão após chegar a um "entendimento" nos assuntos em que discordavam. Hamas e Fatah governam de forma separada em Gaza e na Cisjordânia, respectivamente, desde que os primeiros tomaram o poder pela força na Faixa de Gaza em 2007.
